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Dia 13 de setembro é comemorado o Dia Nacional da Cachaça, a bebida alcoólica genuinamente brasileira que é Patrimônio Histórico Cultural do estado do Rio de Janeiro. Para completar a comemoração, no mesmo dia, o Vale do Paraíba teve uma de suas cachaças premiada pelo mais importante concurso de vinhos e destilados do mundo: a Cachaça Werneck, de Rio das Flores, recebeu, pela segunda vez, a medalha de prata no Concours Mondial de Bruxelles, em sua 14a edição no Brasil.

A 14a edição do evento aconteceu na cidade de São Roque, SP, entre os dias 10 e 13 de setembro e teve 82 destilarias e 86 vinículas participantes, contabilizando 402 amostras. Entre as bebidas destiladas, se destacava a nova geração de produtores de cachaça, orientados à produção de bebidas finas, de alto padrão de qualidade. Estiveram presentes produtores de cachaça das regiões do Rio Grande do Sul, de Minas Gerais, Pernambuco, Goiás, Rio de Janeiro, Paraíba, Maranhão, Bahia, São Paulo entre outros. No estado do Rio de Janeiro 8 cachaças foram premiadas.

As degustações acontecem às cegas por 15 jurados, entre eles especialistas, enófilos, enólogos e sommeliers estrangeiros e brasileiros, possibilitando igualdade de condições aos participantes. “As chances de medalha são idênticas para um pequeno produtor artesanal familiar e para uma grande indústria exportadora”, afirmou Zoraida Lobato, diretora do evento no Brasil.

Segundo Vaudouin Havaux, presidente da Vinopress, empresa que organiza o evento em nível mundial, o que mais o surpreendeu nessa edição foi o incremento na qualidade e variedade das cachaças. De acordo com o executivo, ainda há pouca disseminação internacional da bebida: “O consumidor fora do país vê a cachaça associada à caipirinha. Bem, a caipirinha é mesmo deliciosa, mas as cachaças envelhecidas também têm enorme potencial para competir com outros destilados, como o uísque e o brandy, por exemplo”, diz Baudouin.

O concurso, que tem como objetivo avaliar anualmente a produção brasileira de vinhos e destilados e promover o setor no país possibilita a criação de uma identidade internacional para a cachaça de alto padrão, abrindo novos mercados consumidores mundo afora para a mais brasileira de todas as bebidas.

“A premiação representa uma confirmação de que estamos no caminho certo e que apesar de ter aumentado a produção nesses seis anos e meio, continuamos com as mesmas exigências de qualidade.”, comenta Eli Werneck, proprietário da Cachaçaria Werneck. Sobre a região, ele pontua: “O Vale do Café possui um dos melhores climas do mundo e solo comprovadamente bom para o plantio. Estamos entre 300 e 600 metros de altitude, o que é muito propício para a produção de uma cana de qualidade.”

Sobre a Cachaça Werneck

Eli Werneck, que além de Mestre Alambiqueiro é engenheiro e executivo e vice-presidente da APACERJ - Cachaças do Rio, associação que reúne produtores de cachaça de qualidade no Rio, começou a produção há 6 anos, após se aposentar. O perfeccionismo e busca por nível de excelência como hábito resultou em uma bebida de qualidade, que começou a chamar a atenção, recebendo selos de certificação e premiações em concursos. Além da premiação da Cachaça Werneck Tradicional esse ano, Cachaça Prata ganhou a medalha de ouro no Concurso Mundial de Bruxelas de 2013 e Safira Régia, edição Premium, ganhou medalha de prata no mesmo concurso, na edição de 2015.

A Werneck possui padrão de referência em sua estrutura de produção e é utilizada como modelo, através de visitas técnicas, para empreendedores iniciantes ou que querem se desenvolver no setor. Sendo uma empresa que busca a sustentabilidade, mantendo o solo e meio ambiente em boas condições, a cana ocupa apenas 20% de toda a cultura, onde o plantio é feito em conjunto com demais plantas e toda atenção é dada à conservação da mata ciliar.

No Portal Vale do Café, no link sobre Rio das Flores, você encontra mais informações sobre a Cachaçaria Werneck: www.portalvaledocafe.com.br/rio_das_flores.asp

O Dia Nacional da Cachaça

O Dia Nacional da Cachaça faz referência ao dia 13 de setembro por causa da Revolta da Cachaça, ocorrida no século XVII. Foi iniciada pela proibição da produção e comercialização da cachaça brasileira, instituída pela Coroa Portuguesa, que não queria concorrência com a Bagaceira, importada da metrópole.

Após sofrerem algumas derrotas, produtores de cachaça da Capitania do Rio de Janeiro finalmente tiveram sucesso e aprovação da Coroa; a bebida já começava a conquistar o status de Patrimônio Cultural da Colônia. Nessa época a cachaça já era amplamente vendida no Brasil e também usada na África como moeda de troca na compra de escravos.

Uma das curiosidades a respeito da bebida é o número de sinônimos existentes para a palavra “cachaça”. “Cana", “Caninha", "Água-que-passarinho-não-bebe", “Branquinha”, são apenas alguns dos cerca de mil sinônimos já encontrados em todo o país, provando mais uma vez sua importância na formação da cultura brasileira.